Assembleia vai decidir sobre continuidade da greve dos Correios no Piauí

Funcionários dos Correios no Piauí devem continuar em greve, apesar de decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que aprovou um reajuste de 2,6%
créditos: cidadeverde.com

 

Funcionários dos Correios no Piauí devem continuar em greve, apesar de decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que aprovou um reajuste de 2,6% e determinou o retorno aos trabalhos nesta terça-feira (22), sob pena de multa. A categoria se reúne em assembleia geral às 18h, na sede do sindicato, para deliberar sobre a continuidade ou não do movimento.

A tendência é que no Piauí o sindicato siga a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect), que orientou os trabalhadores a permanecerem mobilizados em greve e acusou o TST de ter proferido uma decisão política.

"A orientação da federação é manter a greve, mas cada sindicato tem autonomia para decidir. Há uma revolta muito grande, um desejo de radicalização, mas a gente sabe que a classe trabalhadora e ainda é muito passiva. Diante do que está acontecendo no país, era pra gente 'atropelar' o TST, não cumprir essa decisão. Mas vamos aguardar o que vai ser deliberado na assembleia", disse o diretor financeiro do sindicato dos Correios no Piauí, José Rodrigues.

Aproximadamente 1400 trabalhadores atuam nos Correios em todo o Piauí. A categoria está parada desde o dia 18 de agosto, seguindo o movimento nacional, iniciado em 17 de agosto.

Além do acordo salarial, o movimento dos trabalhadores dos Correios também é uma reação às propostas de privatização da empresa, levantadas recentemente pela equipe econômica do Governo Federal.

Transportadoras assumem demanda dos Correios no Piauí

Em meio à greve dos Correios, o Sindicato dos Transportadores de Cargas e Logística do Piauí informou que tem recebido parte da demanda reprimida no Estado. Apesar das dificuldades, como a redução do número de veículos, o presidente da categoria, Humberto Lopes, garante que as entregas de mercadorias devem continuar sendo realizadas no Piauí, sem prejuízos à população.
"Estamos preparados, atendendo à sociedade. Não vai faltar absolutamente nada por falta de transporte rodoviário de carga. Gostaria de tranquilizar a sociedade piauiense de que estamos prontos para assumir essa demanda dos Correios, principalmente com apoio da Secretaria de Fazenda que tem feito um trabalho de liberação das notas. A gente está conseguindo manter o padrão até melhor do que o dos Correios em relação às entregas", disse o presidente do Sindicapi.

Por conta da greve dos Correios, os depósitos das empresas de carga e logística em Teresina passaram a registrar uma lotação de mercadorias e produtos.

Apesar do aumento da demanda, o sindicato da categoria diz que o serviço deve continuar sendo ofertado à população.

 

 


 


COLUNISTA
Eudes Martins
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