Já gastamos R$ 2 bilhões com importação de energia em 2021

Como já era esperado, um dos caminhos para se evitar um apagão de energia elétrica no Brasil, após a segunda quinzena de novembro, era o aumento da importação.
créditos: cidadeverde.com

 

Como já era esperado, um dos caminhos para se evitar um apagão de energia elétrica no Brasil, após a segunda quinzena de novembro, era o aumento da importação. E ele veio! E como veio! Somente entre janeiro de outubro de 2021, as despesas com importação de energia elétrica cresceram 63,78% se compararmos com o mesmo período de 2020. Os dados são do Ministério da Economia.

Ao todo, o Brasil gastou R$ 2,045 bilhões em dez meses. Este foi o maior gasto com importação de energia desde 1997, quando se registrou pela primeira vez a aquisição de energia nessa modalidade. A razão principal do aumento reside no fato de estarmos passando pela pior crise hídrica dos últimos 91 anos.

O Brasil já possuía com o Paraguai um acordo de cooperação para adquirir deste país a energia excedente gerada a partir da usina binacional de Itaipu. Como a escassez de chuvas atingiu também o Paraguai, o Brasil teve que reduzir em 11% os gastos com energia produzida lá. O Brasil passou a comprar energia adicional da Argentina e do Uruguai. O gasto com energia produzida pela Argentina e Uruguai, cresceu 76 e 38 vezes, respectivamente, em comparação com 2020.

Com escassez de água nas hidrelétricas abriu-se uma exceção a longo prazo. Em geral, se importa energia elétrica quando o investimento é menor do que o de manter as termelétricas ligadas. Eventualmente, em situações pontuais que duram uma ou duas semanas por ano, se mantém os dois fornecimentos. No entanto, em 2021 foi preciso autorizar os dois métodos simultaneamente por meses. As hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste foram as que mais sentiram a falta de chuva. A expectativa é que já em meados de dezembro a demanda por térmicas e importação de energia seja reduzida.

 


 


COLUNISTA
Eudes Martins
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