IBGE: No Piauí, 33% trabalham por conta própria, mas estado atinge recorde de desocupação

Os dados foram divulgados nesta terça-feira (31) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua).
créditos: cidadeverde.com

 

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que cerca de um terço (33,6%) dos piauienses ocupados trabalham por conta própria e o estado encerrou o 2º trimestre de 2021 com o maior índice de desocupação da história. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (31) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua).

De acordo com a pesquisa, a proporção vem crescendo desde o ano passado no estado. No 2º trimestre de 2020, os trabalhadores por conta própria representavam 29,6% do total de pessoas ocupadas. Isso significa que, no período de um ano, mais 93 mil pessoas passaram a integrar o grupo, que atualmente totaliza 405 mil trabalhadores.

Os dados indicam ainda que o Piauí é o sétimo estado do país com maior proporção de trabalhadores por conta própria e a maioria dessas pessoas atua na informalidade. Apenas 12,3% deles possuem registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), enquanto o restante, cerca de 87,7%, são trabalhadores informais.

Índice de desocupação
Segundo o IBGE, pela primeira vez, a taxa de desocupação atingiu a marca de 14,9%, sendo a maior proporção já registada desde 2012. O estado já havia atingido um recorde no 1º trimestre de 2021, quando a taxa chegou a 14,5% e desde então a situação foi piorando.

A pesquisa aponta também que o aumento de 0,4 percentual no índice significa que mais de 12 mil pessoas entraram para a estatística da desocupação. Ao todo, o Piauí tinha cerca de 212 mil desocupados ao final do 2º trimestre deste ano.

A PNAD Contínua considera desocupadas as pessoas com 14 anos ou mais de idade que estavam sem trabalho e procurando por uma ocupação. O Piauí, que segue na contramão do país, possui a menor taxa de desocupação entre os estados do Nordeste e a 12ª maior do Brasil.

Taxa de informalidade
A taxa de informalidade, de acordo com a pesquisa, indica a proporção de trabalhadores do setor privado e domésticos sem carteira de trabalho assinada, empregadores e trabalhadores sem CNPJ e trabalhadores familiares auxiliares. No 2º trimestre de 2021, o índice do Piauí chegou a 56,9%, sendo considerado o quarto mais alto do país.

Ao todo, cerca de 687 mil pessoas estão ocupadas na informalidade no Piauí. São 175 mil trabalhadores do setor privado sem carteira, 70 mil trabalhadores domésticos sem carteira, 18 mil empregadores sem CNPJ, 356 mil trabalhadores por conta própria sem CNPJ e 68 mil trabalhadores familiares auxiliares.

Ainda segundo a pesquisa, o estado possui a quinta menor taxa de trabalhadores do setor privado que têm carteira de trabalho assinada. Apenas 57,1% das pessoas empregadas no setor privado são contratadas formalmente no estado. No Brasil, a média é de 75,1%, enquanto em Santa Catarina, estado com maior proporção, o índice chega a 90%.


 


COLUNISTA
Eudes Martins
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