Governadores do Nordeste suspendem compra da Sputnik V devido às restrições do governo

A decisão foi tomada durante reunião do governador com o Fundo Soberano Russo.
créditos: cidadeverde.com

 

O presidente do Consórcio Nordeste, governador Wellington Dias (PT), anunciou agora há pouco a suspensão do contrato para a importação da vacina russa Sputnik V, devido às restrições do governo federal. A decisão foi tomada durante reunião do governador com o Fundo Soberano Russo.

De acordo com o Consórcio Nordeste, o acordo que previa a compra de 37 milhões de doses da vacina foi suspenso em detrimento de novas limitações impostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), além da não inclusão da vacina no plano nacional de imunização e a falta da licença de importação.

O contrato firmado entre o Instituto Gamaleya (desenvolvedora do imunizante) e o Fundo Soberano Russo em março deste ano, previa a entrega de 37 milhões de doses, sendo as primeiras 2 milhões de doses previstas para ainda em abril. Por conta de entraves tanto da Anvisa como Ministério da Saúde, até o momento nenhuma dose havia sido desembarcada em território brasileiro. A suspensão da compra acontece em meio a divergências nos padrões de testes exigidos pela Anvisa que não foram solicitadas para imunizantes de outros laboratórios.

“É lamentável, o Brasil vive uma situação com alta mortalidade, mais de mil óbitos por dia. Temos vacinas disponíveis, mas impedidas de entrar no Brasil devido uma decisão da Anvisa que faz uma alteração no padrão de teste junto com a não inclusão do Ministério da Saúde no plano nacional de vacinação e a falta da licença de importação, tivemos a suspensão da entrega da vacina até que se tenha uma autorização do uso do imunizante no Brasil”, explica o governador Wellington Dias.

O Fundo Soberano Russo informou que as vacinas que seriam destinadas para o Brasil serão enviadas agora para o México, Argentina e Bolívia, e que, assim que o Brasil decidir, as vacinas estarão disponíveis para envio imediato para atender à necessidade do povo brasileiro.

O governador do Ceará, Camilo Santana, comentou a suspensão do contrato e disse que o governo federal colocou barreiras para que a vacina fosse importada.


 


COLUNISTA
Eudes Martins
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